venerdì 25 giugno 2010

Como “criar” palavras?

“É preferível ensinar o necessitado a pescar a dar-lhe o peixe já pescado”. Para criar suas próprias palavras faça uma busca de prefixos e sufixos latinos e gregos e, agregando os termos de outras línguas de que muitos são conhecedores, tente “criar” novos nomes compreensíveis, lógicos e aceitáveis. Sugere-se a associação com outras pessoas e a realização de uma “tempestade de ideias” (brainstorming) para trazer à luz as palavras que se quer e são viáveis de serem criadas.

A participação do professor/orientador e de pessoas bem informadas em literatura e em línguas clássicas é fundamental neste processo de criação. É muito importante a participação de todos no processo de criação. Cada um tem a sua contribuição a dar. Não existe opinião que possa ser considerada boba ou que seja logo descartada. Por isso, solte as amarras, extravase, jogue fora a timidez e dê sua opinião. A hora de falar é no momento da criação, quando se realiza a tempestade de ideias. Caso não esteja conseguindo falar, levante o braço, que o professor (moderador) dar-lhe-á voz.

Palavras criadas por escritores clássicos e modernos

Foram muitos os escritores clássicos e modernos que criaram palavras. Homero, de tão embevecido com o belo amanhecer na Grécia, escreveu: “Quando apareceu a filha da manhã, a Aurora rododáctila...” (Ilíada 1,477 e Odisseia 2,1) et passim. Nesse trecho ele cria o termo “rododáctila”, unindo as palavras: “rodos” = rosa + dáctilo = dedo. Portanto ele antropomorfiza Eo, a deusa da aurora, simbolizando-a na rosada mão aberta, fazendo desaparecer as trevas e trazendo o tom rosáceo, prenúncio da luz de um novo e lindo dia. Artistóteles em sua Retórica (1405 b) usa o termo e faz um acurado comentário sobre a beleza, a correção e a exatidão que o mesmo encerra. A Homero, também é atribuído um neologismo grego surgido no seu tempo, numa obra em forma de paródia intitulada: Batracomiomaquia. Esse termo é a simples junção de três nomes: Batráko+mio+maquia = “Batalha das rãs com os ratos”. A autoria nunca foi provada. É bom saber que o termo “mio” em grego, tem um homônimo que é “músculo”.

O escritor francês, François Rabelais *1494+1553, em Pantagruel, criou o personagem Panúrgio, nome composto de pan = tudo, mais urgio, de ergon = trabalho. O termo tem o sentido de esperto, malino, impossível... Panúrgio comprou caro o carneiro mais velho do rebanho de seu desafeto e ato contínuo, jogou-o no mar. Imediatamente todo o rebanho precipitou-se atrás dele. O inimigo perdeu seu rebanho. Por associação pode-se entender as palavras com mesmo final como: cirurgia, dramaturgia, liturgia, meliturgia, metalurgia. mineralurgia, siderurgia, taumaturgia... O economista francês Jean-Claude M. Vincent *1712+1759, em um momento de luminosa inspiração “criou” a palavra: bureaucratie, que é a união da palavra francesa “bureau” = mesa com a palavra grega “cracia” = poder. Em português transformou-se em “burocracia”. Esta foi uma palavra muito bem aceita em todas as línguas ocidentais , o que demonstra ser este um problema universal. Esta palavra é uma feliz criação, pois retrata exatamente o que a burocracia representa: “o poder da mesa”. O sujeito senta-se atrás de uma mesa e tome ordens, exigências para chatear as pessoas... Aqui entre nós brasileiros esta palavra, às vezes, é também traduzida como “burrocracia”, em uma clara alusão de que seriam medidas tomadas por pessoas com poder, mas pouca inteligência.

No início dos anos 60 os russos criaram a palavra “cosmonauta” (que pela nova grafia pode ser “kosmonauta”, pois vem do grego kosmós = universo). No auge da guerra fria, os americanos, “revidaram” criando a palavra “astronauta”. Hoje as duas palavras são usadas igualmente. Em maio de 1998, quando os chineses começaram a explorar o espaço sideral. O chinês Chiew Lee Yih teve a ideia de “criar” um novo nome para designar “um chinês navegando no espaço”. Ele concebeu a palavra “taikonauta”, que é a junção de “taikong” = espaço em chinês (mandarino) + a palavra grega e também latina, “nauta”. É por isso que um chinês navegando no espaço não é um argonauta, não é um kosmonauta, nem um astronauta, mas sim, um “taikonauta”. E a palavra tem tudo para entrar no uso comum mesmo no ocidente.

O escritor palestino Imil Habibi *1922+1996, em livro publicado em 1974, “criou” o termo “pessotimista” com que designa uma pessoa que está num dilema entre o pessimismo e o otimismo, ou que avaliando a realidade concreta gostaria de ser otimista, mas o pessimismo barra-o a meio caminho. O livro foi traduzido para o espanhol e a palavra “pesoptimista” (em espanhol) bastante discutida e utilizada na década de 1990 na Espanha e em países de língua hispânica. O escritor indiano Jairam Ramesh, em 2005, publicou o livro Making Sense of Chindia, (India Research Press, Bangalore). Ele refere-se a um possível novo país CHINDIA, que seria a fusão da China com a Índia, cujos cidadãos seriam os “chindianos”. Esse país com o “software” da Índia e o “hardware” da China desequilibraria o mercado mundial da informática e periféricos.

mercoledì 16 giugno 2010

NOMES INDÍGENAS I

Acajutiba. Do tupi, acaju-tyba = cajual, bosque de cajueiros. Cidade da Bahia.
Aimoré. Do tupi, hai = dente, + mbo`re = (de) morder. O que tem dentes. O mordedor.
Aiuaba. Do tupi, ajua-ba = lugar onde amadurecem as frutas.
Ahangá. Do tupi, a`nhá = fugir, espírito fugidio, fantasma. Segundo Fernão Cardim vem de ai ang = alma do mal. Se opõe a Tupã = tub ang = alma do pai, protetor, criador.
Anhanguera. Do tupi, anhangá-wera = diabo que já foi, diabo velho. Pode ter alusão ao bandeirante que ante os índios queimou álcool numa bacia ameaçando por fogo nos rios.
Anhembi. Do guarani, y-nhemby = rio abaixo. Antigo nome do rio Tietê.
Araguaia. Do tupi, ara = tempo, + gway’a = tempo de apanhar caranguejo. Mas José de Alencar diz que vem de ara + gwara = os guerreiros arara. Teodoro Sampaio diz que vem de, a’ra + gwaya = os papagaios mansos.
Arariboia/Araiboia. Do tupi, ara’üba = tempo mau. Ou de ara’mbou = cobra de mau tempo; cobra que respondia ao eco do trovão. Era um Cacique batizado com o nome de Martim Afonso.
Arapiraca. Do tupi, Arapiraca = planta da família das leguminosas. Cidade de Alagoas.
Arapuá. Do tupi, arapuá (ou eiropuá = abelha nativa do sertão que se enrosca no cabelo.
Araripina. Do tupi, arari-pina = lavra dos papagaios, das araras.
Araguaia. Do tupi, ará-uáia = rabo de arara. Variedade de periquito. Rio do Tocantins.
Araguari. Do tupi, Araguari = ave pernalta de cor parda. Cidade de Minas Gerais.
Araquara. Do tupi, arara-cuara = buraco das araras. Cidade de São Paulo.
Araruama. Do tupi, araruama = comedouro/bebedouro dos papagaios. Cidade do Rio.
Arataca. Do tupi, arataca = armadilha para pegar pássaros, arapuca. Praia de Sta. Catarina.
Araxá. Do tupi, ara e’xa = vista do mundo. De onde se vê longe. (Ver Araripe).

martedì 15 giugno 2010

A GÍRIA

A gíria faz parte do vocabulário de qualquer língua e consta até mesmo dos dicionários e compêndios vernáculos. Ela não é, de forma alguma o flagelo da linguagem. Quem, um dia, já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, esculacho, estrilar?

O mal reside na adoção da gíria como forma permanente de comunicação, desencadeando processo de esquecimento da linguagem adequada aos padrões correntes da língua e até o desprezo pelo vocabulário oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao receptor.

Mas observe bem, estamos falando de gíria e não de palavras de baixo calão ou da linguagem rude e mal-empregada das classes baixas, que denotam desrespeito e falta de educação.

Embora seja considerada uma linguagem criativa e expressiva, a gíria só é admitida na língua falada. A língua escrita não a tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, com a visível intenção de documentar o fato, ou em casos especiais de comunicação entre amigos, familiares, namorados etc., caracterizada pela linguagem informal.

Portanto, caro leitor, leitora, muito cuidado na utilização da linguagem. Não se deve confundir liberdade com libertinagem. Saber falar e utilizar a linguagem adequada ao meio e ambiente em que se convive é fundamental regra para uma boa convivência.

Zacharias Bezerra de Oliveira