venerdì 29 aprile 2011

A língua é viva

As palavras nascem, crescem, evoluem, podem mudar de forma, de sentido e também morrer. A etimologia ajuda a compreender o significado primeiro e profundo das palavras e, consequentemente, ela nos ajuda a usá-las corretamente.

Nós aprendemos e usamos palavras, muitas vezes sem nos darmos conta de que o significado delas foi atribuído, deliberada ou casualmente, no tempo histórico, pelo uso das pessoas, ou como em alguns casos, por uma situação, um acontecimento ou um fato casual, mas significativo para a comunidade.

Uma exceção, que vem confirmar essa regra, está nas palavras que têm vários sentidos, como: manga, linha, pé etc. Se antes de usarmos uma palavra soubermos o seu significado original e sua história, falaremos e escreveremos com mais precisão.

É muito importância de se conhecer as palavras no seu significado primevo. Como não sabemos tudo, nós devemos usar os dicionários, em especial os que trazem informações sobre a etimologia e a história das palavras. Os franceses estão entre os mais interessados nesse tema.

A etimologia é uma ajuda preciosa para compreender o ponto de partida das palavras, seu desenvolvimento ulterior e as modificações sofridas no decorrer a existência de cada termo.

Os valores linguísticos, assim como os outros valores, podem vir a ser gradativos, condicionais, mutantes ou serem perdidos.

A palavra pedófilo do grego, παίς, παιδός = criança, + φίλος = amigo, é um exemplo perfeito do que estou afirmando, pois etimologicamente no grego clássico, só tinha o bom sentido: simpatia e amizade saudável para com a criança, como a do pedagogo. Só nesses últimos 20 anos pedofilia passou a ter o sentido de perversão sexual. Explico-lhe facilmente: o grego e o alemão são as línguas mais palavrosas e mais lógicas das oito línguas que eu já estudei. O grego tem três verbos para exprimir três nuances do “amor”: ágape = amor doação, caridade; phílos = amor amizade, amor intelectual e eros = amor afetivo-sexual.

No grego clássico, o que hoje chamamos “pedófilo” era chamado de “pederasta”, que vem de “paida” = criança + rasta, termo formado a partir do verbo ’εράω = amo, desejo sexualmente. É desse verbo que vêm: erógeno, erótico, erotismo, erotomania, etc. Hoje o termo pedófilo com o significado de pederasta está etimologicamente deturpado. E será muito difícil corrigir essa deturpação no seu uso.

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