lunedì 3 maggio 2010

Perdido entre “tecas”

Perder-se no centro de Roma é o melhor programa casual que encontro aqui. Primeiro você não precisa recorrer ao 113 e nem mesmo a mapas. Andando um pouco mais consegue se localizar, ao encontrar uma igreja, um edifício conhecido, um monumento célebre; depois você descobre casas ou hotéis com placas informando que ali moraram pessoas célebres: W. Goethe (de 1786 a 1788 morou na Via Del Corso), Santo Inácio de Loiola, M. Lutero, Giordano Bruno, São Roberto Belarmino, Dante Alighieri, Torquato Tasso, Loreenzo Bernini, Antonio Canova, Caravaggio, Michelangelo, Raphael... Finalmente, mas não por último, você encontra muitas e muitas "tecas".

A "Cidade Eterna" é um museu a céu aberto. Com um pequeno guia informativo você pode, de graça, fazer interessantes e significativas descobertas. Eu admiro muito as "tecas". Teca é uma palavra grega, théke, (θήκη), que significa: caixa, urna, depósito... A teca grega virou sufixo de muitas palavras portuguesas com o sentido de "depósito", "lugar de guardas um tipo de coisa", ou "coleção de algo".

Assim, é prazeroso encontrar aqui, ao acaso e como por encanto, apotecas, bibliotecas - inclusive multilíngues - carpotecas, cinematecas, discotecas, enotecas, fonotecas, fototecas, gliptotecas, grafotecas, hemerotecas, hoplotecas, iconotecas, litotecas, ludotecas mapotecas, paninotecas, pilotecas, pinacotecas, sonotecas e zitotecas.

Ao entrar num supermercado, você é autônomo, mas é um anônimo. Entrando numa dessas ``tecas``, você é um cliente e tem um atendimento personalizado. Elas em geral são aconchegantes e enchem os nossos olhos. Há as que alimentam e curam o corpo, umas alegram o coração, outras nutrem a mente ou estimulam a fantasia e aguçam a imaginação.
O POVO – Fortaleza, 01 de maio de 2010
Frei Hermínio Bezerra
Frade capuchinho em Roma

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